segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O MANGA

Direitos autorais garantidos



      Eu estava sentado na pequena amurada do pátio do recreio. Era hora das crianças descansarem das aulas, cansando-se nas correrias e brincadeiras, e elas não faziam por menos. Eu era ali um estranho no ninho, alguém que não pertencia àquele cenário, mas ninguém se importava com a minha presença. Pareciam nem me ver, na verdade, quase tropeçando em mim.
      Era inusitada a cena. Eu mesmo não sabia o que estava fazendo naquele pátio, cercado de crianças sadiamente barulhentas. Tinha acabado de levar meu filho ao colégio - outra escola, não aquela - e aguardava, na secretaria, que fosse chamado para resolver um problema corriqueiro. Por que teria saido de onde estava e me sentara naquele pátio? Não me lembrava nem de ter resolvido o tal problema, tampouco como chegara até ali.
O pátio não era onde eu deixava o Júnior todos os dias. Era outro recreio, eram outras crianças, era o pátio do meu colégio das primeiras letras - o Colégio Ibituruna.
Não me assustei. Não raro eu pregava a mim mesmo estas peças. Era comum concentrar-me tão fortemente em gratas lembranças, que algumas vezes transportava-me aos locais queridos e tinha a sensação de fazer parte deles. Essa sensação durava pouco, e sem maiores conseqüências eu retornava à realidade. Com certeza, agora mesmo, - pensei - quando me chamassem na secretaria, eu deixaria o Colégio Ibituruna para trás.
Resolvi, então, curtir a minha “visita”, observando as crianças que continuavam nas suas correrias sem fim. Como tudo era tão real ! Cheguei mesmo a distinguir entre aqueles rostinhos alguns colegas meus do curso primário...
      Estava assim, absorto, quando aproximou-se de mim um jovem, “regulando” em idade comigo, como se dizia antigamente, aparentando entretanto ser um pouco mais velho, por causa da barba cerrada e das sóbrias roupas que trajava.
      - Bom dia, meu jovem. - disse, com um sorriso simpático - deseja alguma coisa?
      Levantei-me, de um salto. Agora sim, eu estava assustado.
      Era o Manga.
      Era assim que nós, os alunos, o chamávamos: o Manga. Não era um apelido, como pode parecer, mas o seu sobrenome: professor Milton Rivera Manga. Um jovem dinâmico e empreendedor, apesar de sua aparência calma e tranquila. Pouco mais de quarenta anos, cabelos castanhos, fartos, displicentemente penteados, barba cerrada também castanha. Uma figura simpática à primeira vista.
      Dava uma atenção extrema aos alunos, parecia que tudo o que nós, crianças, falávamos era de suma importância para ele. Era um homem adiante do seu tempo, por isso querido por nós, os alunos, e respeitado pelos professores. Quando comprou o colégio, de direção arcaica e paternalista, em pouco tempo transformou-o em um estabelecimento de ensino moderno e vibrante – respeitando-se as limitações da épo-ca. Isso em mil novecentos e antigamente: quarenta e quatro, eu acho.
      Parecia adivinhar o que nós gostávamos, por isso adorávamos o colégio. Suas excursões pelo Alto da Boa Vista – quando a gente descia por dentro da mata até a Gávea, e que duravam o dia inteiro – e as idas nas manhãs de domingo aos concertos da Orquestra Sinfônica, no Cine Rex, que ele proporcionava pacientemente aos alunos, eram aguardadas com ansiedade. Promovia votações para que os alunos participassem da escolha destes programas. E isso nos domingos – quando todos os outros colégios estavam fechados...
Corria à boca pequena que o Manga era comunista, o que, na época, era mais que um xingamento. Acho que foi ali, convivendo com ele, que comecei a não entender porque os americanos forçavam-nos a ter tanto medo dos bolchevistas. Eu nem sabia o que eram comunistas, mas se o Manga era um deles, deviam ser gente boa...
      Bons anos da minha infância e adolescência. Quando deixei o Manga – isto é, o colégio – porque mudamo-nos para o outro extremo da cidade, foi difícil a adaptação ao novo educandário. A forte lembrança e as saudades permaneceram vivas por muito tempo.
      Agora, ali estava o Manga na minha frente. E falando comigo.
      - Bom dia, professor Manga.
      - O senhor me conhece, então... Não tenho o mesmo prazer.
      O mesmo gentleman de sempre.
      - André, senhor. André Moreira. Eu estudei aqui, no seu colégio.
      - Aqui, no colégio Ibituruna? Deve ter sido então na época do Coronel Garcez.
      - Não, senhor. Aliás, eu realmente fui do tempo do Coronel, mas quando o senhor comprou o colégio, continuei seu aluno. Eu estava então no último ano do primário.
      - Creio haver algum engano, meu caro. Eu comprei o colégio há apenas um ano. E parece-me que o senhor já terminou o primário já há um bom par de anos...
      O Manga brincava, enquanto eu engolia em seco. A situação estava ficando real demais.
      - Não há engano, senhor. Eu fui seu aluno. Lembro-me muito bem que o senhor gostava de conversar comigo, embora eu fosse apenas uma criança. Quantas vezes, nas ho-ras de recreio, o senhor sentava-se ao meu lado e conversávamos como se tivéssemos a mesma idade.
      - Mas eu quase nada falo com meus alunos além do necessário...
      - Como não, professor? Lembro-me muito bem... Fazia-me perguntas e mais perguntas, sobre o colégio, os professores, sobre o que eu achava de ruim, ou de bom... Parecia interessado em conhecer a minha opinião sobre o colégio. Cheguei a perceber, depois, que o senhor conversava também com as outras crianças. Eu me sentia muito importante, o senhor ouvindo-me com tanta atenção...
      - E o que mais você se lembra?
      - Lembro-me dos nossos domingos, quando revezávamos as excursões pelo Alto da Boa  Vista com os concertos sinfônicos no Cine Rex, onde o senhor e d. Ena nos levavam pacientemente para verdadeiras aulas ao ar livre...
      - Excursões? Nós levávamos os alunos? Mas eu nunca fiz excursões...
      O Manga mal disfarçava a incompreensão daquele diálogo.
      - Meu caro, quem é você?
     - André Moreira, professor. Seu ex-aluno e admirador. Tenho até uma foto da turma, daquelas que se tiravam todos os anos, com o senhor e d. Ena rodeados por nós...
      - Curioso... - disse ele, ocultando educadamente o ceticismo - Mas as nossas idades estão realmente em conflito... André Moreira?... Sobre o que, você diz que conversávamos?
      Como que para colocar as idéias em ordem, ele repetia a pergunta.
      Ele sabia que tudo conflitava, não só as idades, mas pacientemente deixou correr o insólito diálogo, a ver, talvez, em que daria a estranha visita. Continuou:
      - Você é pedagogo?
      - Eu? Não... Sou arquiteto...
      Sorriu.
      - Você é mestre em pedagogia... Acaba de me dar excelentes idéias...
      - Mas eu não disse nada, além de relatar as minhas lembranças...
      Ele ia dizer mais alguma coisa, quando ouvi chamarem meu nome. Era da secretaria, para que eu fosse resolver o problema que me havia levado até lá.
      Mas, lá, aonde? Olhei na direção do chamamento. Uma mocinha, atrás do balcão, esperava que eu me aproximasse para atender-me. Era o colégio do meu filho. Voltei a cabeça. O Manga já não estava ao meu lado. Eu havia voltado da estranha viagem.
      Enfim, resolvi o tal problema e dei por terminado o episódio, igual a tantos outros pelos quais já passara. Já ia saindo, dei outra olhada no pátio do recreio. Lógico, era o mesmo onde meu filho brincava todos os dias, e nada tinha a ver com o do Colégio Ibituruna.
      Mas, à tarde, quando voltei para pegar o Júnior, resolvi que no dia seguinte iria até o meu velho Ibituruna. Estaria lá, o colégio, trinta e tantos anos depois?
      E estava. Era ainda o mesmo Colégio Ibituruna. Modificado, sim; modernizado por algumas reformas, talvez, mas o mesmo colégio. O antigo prédio de dois andares, em centro de terreno, o pátio do recreio, agora cercado por uma grade - sinal dos tempos - a cantina... À medida que eu entrava, ia lembrando-me das dependências. Nunca mais havia voltado àquelas paragens, mas, exceto pelas pequenas modificações, tudo estava mais ou menos na mesma.
      - Bom dia.
      - Bom dia...- A moça da secretaria obviamente não era a d. Semiramis do meu tempo - Em que lhe posso ser útil?
      - Diga-me: quem é o diretor do colégio?
      - O professor Manga. O senhor o conhece?
      Eu não esperava encontrar o Manga ainda por ali.
      - Sim... Bem, eu... não o vejo há muito tempo... Eu estudei aqui, sabe? Mas você ainda não era nem nascida...
      - Veio, então, fazer uma visita... O Manga vai gostar muito de recebê-lo. Eu vou anunciá-lo, ele está na sua sala.
      “O Manga”... Pelo tratamento dispensado ao mestre pela mocinha, senti que ele continuava o mesmo Manga do meu tempo, sem muitas formalidades além das necessárias.
Pouco tempo depois, ela fez-me entrar na sala da diretoria. Lá estava o Manga, em um bem talhado terno branco, já sem a indispensável gravata dos outros tempos, a agora alva cabeleira derramando-se pela espessa barba também branca, fitando-me com os mesmos ágeis olhos que eu tão bem conhecia. Levantou-se e estendeu-me a mão, sorrindo, enquanto dispensava a secretária.
      - Obrigado, Renata. - E, voltando-se para mim - Então, você foi meu aluno...
      - Sim, professor. E nos seus primeiros tempos aqui no colégio...
      - Há trinta anos atrás, então? Como é o seu nome?
      - André, senhor. André Moreira.
      O professor olhou-me com mais atenção, como quem se lembra de algo, e repetiu:
      - André...
      - Não me diga que o senhor ainda se lembra de um simples aluno, depois de tantos anos...
      - O “simples” fica por sua conta, meu caro. Ninguém é tão simples que não nos marque, de uma ou de outra maneira. Mas talvez não me lembrasse realmente, não fosse por um fato curioso que me aconteceu, há muito tempo, com um homônimo seu.
      - O que foi? - perguntei, curioso, lembrando-me dos acontecimentos da véspera.
      - Foi logo depois que comprei o colégio. Faz tanto tempo... Recebi um dia a visita de um rapaz que disse também ter sido meu aluno.
      Fez uma pausa, examinando-me com o olhar.
      - Assim como você... Chamava-se André, também, não me lembro de quê. Ele estava sentado no pátio, ali fora, absorto em distantes pensamentos. Observei-o, de longe, por algum tempo, até que resolvi abordá-lo, pois ele pareceu-me um pouco... assustado.
      - Assustado?
      - Foi o que me pareceu. Eu o fiz ver que me teria sido impossível ser seu pro-fessor, pois havia comprado o colégio há pouco tempo e ele já andava pela casa dos quarenta anos, talvez. Mas ele insistiu, e relembrou fatos acontecidos na época de sua infância, que realmente somente antigos alunos meus poderiam saber. Travamos, então, um diálogo no mínimo inverossímil, para o qual, na verdade, não tive uma explicação razoável até hoje. No meio da conversa, chamaram-no da secretaria e ele, despedindo-se abruptamente, se foi.
      - Não voltou mais? O meu xará?
      - Sim... Não me lembro do seu sobrenome. Curioso como insistiu na afirmativa de ter sido meu aluno, apesar de eu ter tentado mostrar a ele que isso teria sido impossível. Mais tarde fui à secretaria e perguntei quem era aquele rapaz que havia estado comigo.
      E, sorrindo:
      - Passei por desequilibrado, aos olhos da minha secretária...
      - D. Semiramis?
      - Sim... Você a conheceu...?
      - Sim...- fiz uma pequena pausa - Desequilibrado por que, professor?
      - Porque ela respondeu-me que naquela manhã ninguém me havia procurado...
      O Manga havia levado o fato apenas como uma dessas coisas que acontecem e não se explicam, sem apurá-lo em profundidade. Voltei ao assunto, forçando que me repetisse o que havia dito:
      - Por que teria sido impossível ele ter sido seu aluno?
      - Porque parecia ser da sua idade, meu caro, por isso teria feito o primário há pelo menos trinta anos atrás... e eu havia comprado o colégio há apenas um ano e pouco... Como vê...
      E completou:
      - Mas você é muito parecido com ele, pelo que me lembro de nosso encontro...
      Resolvi instigá-lo:
      - Como está d. Ena?
     O Manga calou-se, sem deixar de me fitar. Ligou a minha pergunta pela sua dedicada esposa à visita do “meu xará”. Sorriu, com simpatia, e respondeu-me:
      - Ela está bem, obrigado. Então você a conheceu...
      - Como não, professor? Não lhe disse que fiz todo o meu primário e até parte do ginásio aqui?
      Queria forçá-lo a lembrar-se do nosso primeiro encontro.
      - Tenho até uma foto da minha turma, onde o senhor e d. Ena estão sentados no meio de nós...
      - Uma foto?
      - Sim, daquelas que eram tiradas todos os anos das turmas e que eram guardadas por nós com todo o carinho... Como eu mesmo guardei a minha...
      Como que para ganhar tempo e coordenar as idéias, ele convidou-me a um passeio pelas dependências da escola.
      - Vamos dar uma volta - disse - Venha ver como está o seu colégio. 
      Saímos para o pátio, que circundava o prédio das salas de aula. À medida que caminhávamos, eu ia descrevendo pormenores do meu tempo de aluno. Ali, os brinquedos das crianças; adiante, o “cavalo de pau” para as aulas de ginástica e o escorrega, já inexistentes.
Psicólogo nato, o Manga bem disfarçava. Mas estava confuso. As coincidências entre os dois Andrés aumentavam.
      - Uma foto... Meu jovem, eu preciso ver essa fotografia. Lembro-me agora de que aquele rapaz sobre quem lhe falei - o outro André - mencionou também algo sobre um retrato que foi tirado da sua turma, referiu-se também à Ena...
      De repente, como se tivesse se lembrado de algo, tomou-me pelo braço e levou-me novamente ao seu escritório.
      - Aliás... há uma maneira...
Em seguida, chamou pela secretária.
      - Renata, veja para mim o arquivo das fotos anuais das turmas.
      - Todos, professor?
      - Não, não, mais ou menos as...
      Eu me adiantei:
      - As de 1944, 47...
      A mocinha saiu, comentando :
      - Nossa, tão antigas assim?
      O Manga voltou-se para mim, agora sério.
      - Estou começando a me lembrar melhor da visita que recebi... há trinta anos atrás...
    Meu coração começou a bater na garganta. Esforcei-me para que o professor não percebesse o que eu sentia, mas não consegui.
      - O que foi, André? Está sentindo alguma coisa?
      - Na verdade, estou. Mas não saberia dizer o que é. Ou melhor, acho que não há o que dizer. É a emoção de estar novamente aqui...
      O professor ia comentar algo, mas Renata chegou com um volumoso álbum.
      - Aqui está. 1944, 45, 46, 47.
      Adiantei-me ao Manga e tomei o álbum das mãos da mocinha.
      - Desculpe-me, professor, mas estou ansioso...
      Folheei o velho álbum até encontrar a foto igual à que eu tinha casa.
      - Olhe, é esta. E este aqui sou eu - falei, apontando para um pirralho em pé ao lado dele -Fiz questão de ficar ao seu lado.
      - André ! Agora sim, lembro-me bem ! Você era o meu “auxiliar” nas excursões que fazíamos ! Ia comigo e Ena para o ponto de encontro com o resto da turma, no nosso táxi...
      - E fazia as chamadas durante o percurso, para que ninguém se perdesse...
      - Você era um menino muito vivo e esperto... Eu gostava muito de conversar com você.
      - Eu me lembro. O senhor era mestre em dar atenção aos alunos. Por isso gostávamos tanto do colégio. E nisso as pessoas não mudam, antes aprimoram-se. Aposto que o senhor deve ser querido até hoje.
      A nossa empolgação fez com que o Manga quase se esquecesse que havia um sério conflito de idades com o outro André, que era “muito parecido comigo”, como ele mesmo havia dito.
      O velho mestre tinha agora os olhos marejados. As revividas lembranças haviam mexido com ele. Permaneceu calado, olhando a antiga foto. Falou, então, depois de prolongado silêncio:
      - Olhe meus cabelos e minha barba... Não tinham um fio branco. Agora...
      - Os cabelos brancos consagram a experiência, professor.
      - Sabe em que estou pensando? Naquele outro André que me visitou, há trinta anos atrás.
      Ele fitou-me demoradamente, como para ter tempo de avaliar as palavras que diria. Repetiu:
      - Ele era muito parecido com você.
      Havia, por certo, uma segunda intenção na sua observação, que propositadamente ignorei. O velho mestre já parecia achar irrelevante a impossibilidade da situação criada pelos dois Andrés.
      - Lembro-me que me disse que eu gostava muito de conversar com ele. Como você mesmo falou, há pouco. Foi uma afirmação que me marcou muito, na época. Eu quase não conversava com os alunos. Mas, com o tempo, aprendi que a opinião das crianças era não só importante, como essencial. E aprendi com você, principalmente.
      - Comigo?
      - Sim. - E, depois de estudada pausa - Você me ajudou muito. Você e aquele seu misterioso xará que me visitou.
      - Eu, professor? Mas o que eu posso ter dito de tão importante? Eu era um garoto... E o meu xará?...
      O Manga levantou-se, foi até a janela e ficou olhando para o pátio, com as mãos cruzadas nas costas. Depois, voltou-se para mim.
     - Quando comprei o colégio, tinha um ideal : transformá-lo em um modelo de estabelecimento de ensino. Mas, além da vontade, não tinha noção de como fazê-lo, pois era grande a minha inexperiência. Naquela época não havia material didático que ensinasse a um professor como dirigir um colégio... Os diretores, salvo honrosas exceções, ainda conservavam a mão de ferro no leme, com castigos herdados das palmatórias, como abolir o recreio e humilhar os alunos faltosos. Mas eu não queria aquilo para o meu colégio...
       - Mas por que diz que eu lhe ensinei?...
      - Você e os seus coleguinhas foram os meus “professores”. Deram-me idéias novas, disseram-me o que esperavam de um colégio, nas nossas tão ingênuas quanto verdadeiras conversas. Resolvi, então, que a escola seria como vocês queriam que ela fosse, e não eu...
      - E o meu xará?
      - Pois foi ele que, indiretamente, deu-me esta idéia, de aproximar-me dos alunos, conversar com eles, saber deles o que é importante para que um estabelecimento de ensino seja mais do que apenas um conjunto de salas de aula...
      E, depois de uma pausa:
      - Creio que jamais saberei quem realmente ele era... Ele e... vocês, as minhas crianças de então, ensinaram-me a fazer do Colégio Ibituruna o que ele é hoje...
      - Mas que exagero, professor Manga...
      Faltaram-me as palavras. Eu jamais poderia imaginar desfecho tão intrigante para minha visita ao velho colégio.
      E o professor Manga acabara de me mostrar, indiretamente, porque todos nós, alunos, professores e funcionários sempre gostamos tanto dele.
      - Sabe, André? Agora vejo... Tenho muito a agradecer a você e ao seu xará, que me visitou há... trinta anos atrás...
      Sorri...
      - Trinta anos, professor?... Como corre o tempo... Parece que foi ontem...






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